segunda-feira, novembro 29, 2010

O mundo de Sofia, o filme

A película O Mundo de Sofia foi filmado no ano de 1998. É uma obra origem norueguesa elaborada pelo diretor Erik Gustavson. Está baseado na obra homônima do escritor, também norueguês, Jostein Gaarder. O livro de Gaarder foi publicado em 1991 e vendeu milhões de cópias em todo o mundo. Estima-se que somente no Brasil já esteja na setuagésima reimpressão. O filme baseado no livro chegou ao mercado brasileiro no ano de 2008.

O filme, assim como o livro, conta a história da adolescente Sofia Amudsen. Sofia mora com sua mãe, seu gato, seu peixe dourado e sua tartaruga. Seu pai trabalha num navio petroleiro e fica fora de casa a maior parte do ano. Ela leva uma vida de normalidade como uma mera colegial. Até que recebe dois misteriosos bilhetes, ambos com duas fulgurantes perguntas: “Quem é você?” e “De onde vem o mundo?” A partir daí, Sofia passa a receber paulatinamente um curso de filosofia pelo correio.

Por intermédio dessas correspondências, a garota se torna discípula de um filósofo denominado Alberto Knox. A princípio, Alberto é uma figura anônima, incógnita, mas, aos poucos revela um pouco mais de si. O cinqüentenário Alberto ensina história da filosofia de uma maneira extremamente simples e versátil. Inicia pelos Pré-Socráticos até os filósofos modernos. Por exemplo, para ensinar sobre os filósofos medievais, o professor leva a menina Sofia a um mosteiro. No intuito de ensinar sobre o existencialismo de Sartre e Simone de Beauvoir, Sofia é levada a um café francês, palco histórico onde se desfechavam muitas das disputas filosóficas na França da segunda metade do século passado. Ou seja, é o pensamento complexo sendo amoldado pela inserção do aprendente no contexto daquilo em que é ensinado. O saber não se torna em algo distante, ausente. Num curso de filosofia, a maior tendência seria tornar o aprendizado árido. Todavia, a pedagogia do professor Alberto está repleta de praticidade e magia, o que torna o ato de aprender em algo prazeroso.

Ao final, percebemos que Sofia e Alberto são personagens de uma metaficção. Certo Alberto Knag é o criador dos dois personagens. Knag permite que as duas personagens se descubram enquanto figuras fictícias. A filosofia tornou possível que os dois – Sofia e Alberto Knox – transcendessem a própria realidade do ir-real em que se encontravam.

Por Carlos Antônio M. Albuquerque

Um comentário:

Anônimo disse...

Que bom saber que esse filme foi lançado aqui no Brasil! Realmente, o livro que inspira o filme é marcante. Fazer com que a filosofia seja algo que nos direciona e que não se perde no intelectualismo já faz com que ambos (livro e filme) sejam dignos de apreciação.