quinta-feira, janeiro 27, 2011

Como estrelas na terra e a poética do humano

Talvez a meia dúzia de leitores-visitantes mensais desse blog me julguem sisudo. Sério demais. Com trejeitos alambicados. Com estilo textual afetado. Os sérios não são levados em conta. Não se trata de uma reclamação, um lamento. Mas apenas uma observação gratuita, momentânea. Geralmente escrevo aquilo que me vem à ideia, como resultado de experiências e observações que faço. E hoje à tarde, tive a oportunidade de assistir ao filme Como estrelas na Terra pela segunda vez. Impossível não fazer constatações sérias sobre a película.

É um dos filmes mais belos que já vi. Desde que o filme Quem quer ser um milionário ganhou oito Oscars, que o mundo direcionou o olhar com mais atenção para a Índia. Como estrelas da terra é uma dessas películas que suscitam constatações graves, porém, alegres, poéticas, catárticas. Faz-me lembrar Sociedades dos Poetas Mortos ou Língua das Mariposas. A obra aponta para aquilo que Paulo Freire verbaliza em Pedagogia do Oprimido: "ninguém educa ninguém, ninguém se educa a si mesmo, os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo".

O papel do educador é fazer com que aprendente tenha uma emersão. E dessa emersão, a sua consciência (daquele que aprende) estabeleça vínculo com o mundo e ele saiba quem é enquanto sujeito histórico. É a partir desse encontro que os dramas, deficiências e dores existenciais são superados. Como estrelas na terra revela, sugere-nos, com muita poesia e beleza, o quanto a compreensão, o olhar terno e o calor do encontro pode fazer dos homens, verdadeiros seres humanos.

Uma das falas mais belas do filme é quando o professor Ram Shankar Nikumbh (Aamir Khan, diretor, produtor, escritor do filme) afirma que a arte existe para que enuncie o sentir humano. Acredito que esta afirmação seja uma metáfora-metaliguistica da obra, falando dela mesma. Ou seja, o filme é um daqueles trabalhos que fazem desvelar o sentir de cada um de nós. Vi ao filme duas vezes e (afirmo sem receios ) chorei as duas vezes. Todos têm a sua importância na terra. Todos os homens são seres distintos e o universo foi feito com cores variadas. Todos existem como estrelas na terra.

Leia AQUI uma pequena sinopse do filme

Um comentário:

Anônimo disse...

Este filme é realmente sensacional!!!