quinta-feira, dezembro 29, 2011

Rush, mais que uma banda de rock

Esta manhã, me bateu um desejo de ouvir uma das melhores bandas de todos os tempos - o Rush. É uma das minhas paixões. O Rush possui um tipo de som bem trabalhado, que me faz muito bem. Sou capaz de ouvir um álbum seguido do outro sem me cansar. Ou ouvir o mesmo álbum, como acontece aos álbuns Hemispheres (1978), Permanent Waves (1980) ou Moving Pictures. E essa "disciplina da continuidade" é bastante rara.

Os primeiros elementos do Rush começaram a ser construídos no ano de 1968, na cidade de Toronto, maior cidade do Canadá, capital da península de Ontário. Passaram por algumas fases: hard rock, progressivo experimental, a fase progressiva com sintetizadores e teclados e de rock atual. O Rush já vendeu algo em torno de 40 milhões em sua história bem-sucedida.

O que singulariza a trajetória da banda é a qualidade. Os seus componentes ficaram marcados como extraordinários instrumentistas - Geedy Lee (baixo, vocal e teclados), Alex Lifenson (guitarra) e Neil Peart (bateria). As composições são complexas. O som é bem urdido, o que define um tipo seleto de seguidor da banda. É necessário treinar os ouvidos para ouvir os moços canadenses.

As letras sempre ecléticas abordam temas como ficção-científica, mitologia e filosofia. Músicas como 2112, do álbum homônimo de 1976, são escandalosamente belas. Uma verdadeira obra com recortes épicos e eruditos. Certamente, esta é a maior canção em extensão da banda. A música possui quase vinte minutos. No álbum A Farewell to Kings temos duas canções maravilhosas: Xanadu e Closer to the heart, esta última, uma das canções mais famosas da banda. Outra canção como La Villa Strangiatto, a primeira canção instrumental do grupo, do álbum Hemispheres, é de uma profundidade e beleza desconcertantes. É perceptível o conflito entre razão e emoção. Hemispheres é um dos álbuns que eu mais escuto. Já o álbum Permanent Waves, um disco mais comercial, traz faixas belíssimas como Freewill e The Spirit of the Radio. Mas este disco traz a belíssima Natural Sciense, uma das músicas de que mais gosto da banda.

Logo em seguida, gravaram o maravilhoso disco Moving Pictures, de grande repercusão comercial. Na abertura temos a monumental Tom Sawyer, música esta bastante conhecida aqui no Brasil - pelo menos para aqueles que foram meninos em minha geração. É de se lembrar que esta era música de abertura do seriado oitentista Profissão Perigo, do mítico personagem MacGyver. O personagem era famoso por desembaraçar-se das mais intricadas situações sem o uso de recursos técnicos. Seus conhecimentos científicos, materiais comuns e um canivete suiço, que sempre portava consigo, eram as suas armas. Tanto é assim que, ainda hoje, aqueles pessoas que possuem determinadas habilidades são chamadas de MacGyver. Mas Moving Pictures trazia as belas Limelight, Red Barchetta e Vital Signs. Em Limelight temos a bela frase: "O mundo inteiro é um palco, e nós meros participantes, intérpretes e atores".

Que bom seria se as novas gerações descobrissem a banda. Se livrassem da superficialidade e do barulho gratuito, sem propósito, das maioria das bandas frívolas da atualidade e viajassem nessa estrutura sonora repleta de símbolos e riquezas. Não entendam isso como uma ofensa. Como diz Nietzsche no seu livro Anticristo: "Há entendimentos que são admitidos com o tempo". Não é que os mais velhos tenham mais razão do que os mais jovens. Eles apenas tiveram mais tempo para pensar e refletir determinados assuntos.

A seguir, três músicas muito importantes para mim. Difícil fazer a seleção:

Tom Sawyer, do álbum Moving Pictures (1981), tradução Aqui



La Villa Strangiato, do álbum Hemispheres (1978)



2112, do álbum 2112 (1976), tradução Aqui





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